“Ser pai é um ato de coragem, é esvaziar-se para permitir-se ser o modelo e o principal referencial na vida de seu maior patrimônio, seu filho.”
Quando falamos em relacionamento, esbarramos em algo, muitas vezes invisível, porém determinante na sustentação e nutrição dele. O vínculo. É exatamente o vínculo que nos humaniza e nos torna capaz de empaticamente amar, acolher, cuidar e apoiar emocionalmente a criança, para que essa cumpra com êxito as etapas de seu desenvolvimento.
Portanto, faz-se necessário, que a auto avaliação da qualidade desse vínculo seja um exercício permanente e diário e que faça fluir a relação saudável entre pai e filho. Em nossos cotidianos acelerados recorremos em alguns erros básicos, entre eles encontra-se o clássico equívoco: ser um pai presente é o mesmo que ser um pai disponível afetivamente ao meu filho. Muitas vezes a presença contínua não implica em uma disponibilidade afetiva e sim em atitudes de superproteção que podem contribuir para formação de crianças inseguras e com baixos níveis de autonomia.
O ser pai é ter em seu repertório de atitudes amorosas, a generosidade e a disponibilidade das trocas de afetos, sempre envolvidas pela membrana mágica dos valores e dos limites que são primordiais e indispensáveis na construção moral e emocional da criança. Ser pai é um ato de coragem, é esvaziar-se para permitir-se ser o modelo e o principal referencial na vida de seu maior patrimônio, seu filho.
É importante ressaltar que a dinâmica para fazer tudo isso acontecer tem lá suas grandes dificuldades, mas existe motivações que valem a pena serem lembradas aqui. Toda grande jornada começa com o primeiro passo, cada parte tem o poder de determinar o todo. Quando falamos em disponibilidade e em investimento na qualidade dos laços afetivos entre pai e filho, não estamos necessariamente elegendo como pré-requisito, os grandes gestos, a aquisição exagerada de presentes, os elogios superficiais ou as ocasiões especiais, mas sim, as pequenas coisas e a beleza dos ajustes dos detalhes de nosso dia a dia que acabam por compor a grande e rica colcha de retalhos que faz de nossa história e de nossa vida um cenário significativo, único e singular no legado que deixamos na essência de nossa existência.
SEGUE DICAS IMPERDÍVEIS PARA OS PAPAIS:
-Construa bases firmes no estabelecimento do vínculo desde o nascimento de seu filho;
-Priorize e invista na qualidade de tempo com o seu filho, partilhando os interesses comuns e procurando conhecer mais dele;
-Demonstre o seu apoio genuíno, emocional e moral tanto nas crises por aquisições como nas por perdas;
-Evite projetar equivocadamente alguns dos seus sonhos e aspirações no seu filho e sim, ensine-o a ser protagonista de sua própria história;
-Estimule, incentive e encoraje. Pense no seu filho como uma semente que é programada pela natureza para crescer e florescer.
-Estabeleça os limites e valores dentro de um cenário acolhedor e afetivo;
-Promova desde cedo o respeito e a empatia, lembre-se que devem ser mútuo;
-Incentive desde a primeira infância os bons hábitos de comunicação e a importância de escutar e interagir com os outros;
-Evite a comparação com outras crianças, seu filho é um universo singular;
-Corrija sem ofender e oriente sem humilhar;
-Estabeleça oportunidades de escolhas para seu filho e permita a exposição dele às pequenas frustrações;
-Construa uma ponte de trocas afetivas permanente com seu filho e valide os sentimentos dele
“Educar é semear com sabedoria e colher com paciência” – Augusto Cury
Por Felícia Rodrigues dos Santos
Psicóloga Infantil CRP 11/05957