agenda ministerio da saudeNotícia de interesse das famílias de meninas pré-adolescentes e adolescentes na faixa etária entre 9 e 11 anos: o ministro da Saúde, Arthur Chioro, anunciará, na tarde desta quinta-feira, dia 10, a partir das 14h30, a mobilização nacional para o início da vacinação da 2ª dose contra o HPV.

Quem quiser saber mais, poderá acompanhar ao vivo a coletiva pelo Twitter @minsaude e pela Web Rádio Saúde: webradio.saude.gov.br.

Abaixo, alguns esclarecimentos de dúvidas mais frequentes sobre a doença, segundo informações do site do Ministério da Saúde:

-O que é HPV?

Sigla em inglês para Papilomavírus Humano (Human Papiloma Virus – HPV).

Os HPV são vírus capazes de infectar a pele ou as mucosas. Existem mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 podem infectar o trato genital. Destes, 12 são de alto risco e podem provocar câncer (são oncogênicos) e outros podem causar verrugas genitais.

-Como o HPV se manifesta?

Na maioria dos casos, o HPV não apresenta sintomas e é eliminado pelo organismo espontaneamente. O HPV pode ficar no organismo durante anos sem a manifestação de sinais e sintomas. Em uma pequena porcentagem de pessoas, determinados tipos de HPV podem persistir durante um período mais longo, permitindo o desenvolvimento de alterações das células, que podem evoluir para as doenças relacionadas ao vírus. Essas alterações nas células podem causar verrugas genitais, lesão pré-maligna de câncer (também chamada de lesão precursora), vários tipos de cânceres, como os do colo de útero, vagina, vulva, ânus, pênis e orofaringe, bem como a Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR).

-Como o HPV é transmitido?

O vírus HPV é altamente contagioso, sendo possível contaminar-se com uma única exposição, e a sua transmissão acontece por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Portanto, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão durante o parto. Embora seja raro, o vírus pode propagar-se também por meio de contato com a mão. Como muitas pessoas portadoras do HPV não apresentam nenhum sinal ou sintoma, elas não sabem que são portadoras do vírus, mas podem transmiti-lo.

– Então, como se prevenir da transmissão do HPV?

A transmissão do HPV se faz por contato direto com a pele ou mucosa infectada. Na maioria das vezes (95%), é transmitido através da relação sexual, mas em 5% das vezes poderá ser através das mãos contaminadas pelo vírus, objetos, toalhas e roupas, desde que haja secreção com o vírus vivo em contato com a pele ou mucosa não íntegra.

As medidas de prevenção mais importantes são:

. Uso do preservativo (camisinha) nas relações sexuais, apesar ser importante ressaltar que o seu uso previne a maioria das DSTs, mas não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois, frequentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha.

.Evitar ter muitos parceiros ou parceiras sexuais.

• Realizar a higiene pessoal.

• Vacinar-se contra o HPV.

-Como suspeitar da infecção pelo HPV?

Devido ao fato de o HPV comumente não apresentar nenhum sintoma, as pessoas não têm como saber que são portadoras do vírus. A maioria das mulheres descobre que tem HPV por intermédio de um resultado anormal do Papanicolau, exame que ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo de útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O câncer do colo de útero é um dos mais fáceis de serem prevenidos, por isso é tão importante fazer o exame de Papanicolau regularmente.

-Há cura para a infecção pelo HPV?

Na maioria das vezes, o sistema imune consegue combater de maneira eficiente a infecção pelo HPV, alcançando a cura com eliminação completa do vírus, principalmente entre as pessoas mais jovens. Algumas infecções, porém, persistem e podem causar lesões. As melhores formas de prevenir essas infecções são a vacinação preventiva e o uso regular de preservativo.

É importante ressaltar que qualquer lesão causada pelo HPV precisa de acompanhamento médico para o tratamento e a prevenção de doenças mais graves.

-Quais são as formas de tratamento para as lesões provocadas pelo HPV?

Os tratamentos existentes têm o objetivo de reduzir, remover ou destruir as lesões proporcionadas pelo HPV. São eles: químicos, cirúrgicos e estimuladores da imunidade.

-Como a vacina contra o HPV funciona?

Estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período.

-A vacina HPV pode causar infecção pelo vírus? Como ela é feita?

Não. No desenvolvimento da vacina quadrivalente conseguiu-se identificar a parte principal do DNA do HPV que o codifica para a fabricação do capsídeo viral (parte que envolve o genoma do vírus). Depois, usando-se um fungo (Sacaromices cerevisiae), obteve-se apenas a “capa” do vírus, que em testes preliminares mostrou induzir fortemente a produção de anticorpos quando administrada em humanos. Essa “capa” viral, sem qualquer genoma em seu interior, é chamada de partícula semelhante a vírus (em inglês, vírus like particle – VLP). O passo seguinte foi estabelecer a melhor quantidade de VLP e testá-la em humanos, na prevenção de lesões induzidas por HPV.

-Qual é o objetivo estabelecido pelo Ministério da Saúde com a vacinação contra HPV?

O objetivo da vacinação contra HPV no Brasil é prevenir o câncer do colo de útero, refletindo na redução da incidência e da mortalidade por esta enfermidade.

-Por que o Ministério da Saúde estabeleceu a faixa etária de 9 a 13 anos para a vacinação?

Nas meninas entre 9 e 13 anos não expostas aos tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, a vacina é altamente eficaz, induzindo a produção de anticorpos em quantidade dez vezes maior do que a encontrada em infecção naturalmente adquirida em um prazo de dois anos.

A época mais favorável para a vacinação é nesta faixa etária, de preferência antes do início da atividade sexual, ou seja, antes da exposição ao vírus.

Estudos também verificaram que nesta faixa etária a vacina quadrivalente induz melhor resposta quando comparada em adultos jovens, e que meninas vacinadas sem contato prévio com HPV têm maiores chances de proteção contra lesões que podem provocar o câncer uterino.

– Quantas doses são necessárias para a imunização?

O esquema completo de vacinação é composto de três doses.

-A vacina é administrada por via oral ou é injeção?

É administrada por via intramuscular – injeção de apenas 0,5 ml em cada dose.

– Meninas que já tiveram diagnóstico de HPV podem se vacinar?

Sim. Existem estudos com evidências promissoras de que a vacina previne a reinfecção ou a reativação da doença relacionada ao vírus nela contido.