Quem nunca, quando criança, quis saber como é o processo de criação de um brinquedo e sua produção? Pois nós trazemos uma matéria especial com a Calesita Brinquedos, um dos maiores fabricantes de brinquedos do país, que explica tudo. Acompanhe abaixo:
Afinal, como os brinquedos são pensados?
Conheça todos os detalhes que envolvem o processo de criação e desenvolvimento
Diversos estudos já comprovaram os benefícios da brincadeira para as crianças e até mesmo para adultos e idosos. O meio para a viagem a esse universo lúdico normalmente são os brinquedos. Mas você já parou para pensar como é o processo de desenvolvimento do produto até chegar ao ponto de venda? De acordo com a diretora da Calesita Brinquedos, Nadia Vacinaletti, todas as etapas possuem detalhes minuciosos que não permitem erros. “Além das questões de segurança, outro detalhe importante é o lado emocional da criança. É um público muito verdadeiro, transparente e crítico. Se não gostarem é simples, não querem e pronto. E não é isso que queremos, afinal a brincadeira precisa ser um momento feliz e de realização”, complementa.
Ficou curioso para saber como tudo funciona na prática? Confira explica os detalhes:
A criação:
O processo de criação de um brinquedo tem início com uma análise sociocultural e do portfólio, então são traçadas algumas diretrizes a partir do que pode ser criado, onde surgem as alternativas. O produto é pensado além da peça física, pois o ato de brincar é uma atitude, é o que permite a diversão e o aprendizado. As crianças mudam muito rápido e não existe apenas um tipo de comportamento, afinal, cada criança é única. “Costumamos saber tudo, ou o máximo possível, sobre para quem criamos e produzimos e estamos sempre estudando sobre crianças e estudando as crianças”, explica.
A diretora reforça que a equipe de Projetos, analisa de forma empática cada movimento feito na brincadeira, cada atitude, e que isso é o que ajuda a criar o produto certo para cada idade. Sempre é levando em consideração coisas que vão ajudar a criança a desenvolver alguma habilidade coerente com a faixa etária, criando um mapa da jornada do usuário (criança), que claro, muda constantemente. “Também contamos com a ajuda de uma norma regulamentadora que tanto assegura a usabilidade, quanto à adequação do brinquedo para cada etapa, além de acompanhar também estudos e cases sobre o envolvimento infantil. É um mundo de brincadeiras sérias, pois o brinquedo precisa atender a criança além da diversão”, completa.
Desenhos e sons:
É no conceito do produto inicialmente onde se define formas e sons, mas às vezes podem acontecer mudanças no meio do caminho. É um trabalho muito orgânico, pois o ato de brincar é criativo, é dinâmico, não é engessado, não existe uma única forma de fazer um brinquedo e nem uma única forma de brincar com ele. Tendências também ajudam bastante e tudo que está acontecendo no mundo é levado em conta, como o design dos carros atuais, acessórios usados numa cozinha ou objetos do momento, além de já visualizar os cenários que a criança pode imaginar na hora da brincadeira.
A escolha dos sons possui um cuidado extra, pois precisa ser seguro para a audição dos pequenos e com uma linguagem musical, um ritmo que a criança consiga acompanhar. Não pode ser apenas um barulho qualquer, tem que prender a atenção, ser percebido, ser aprendido. Isso também entra no estudo de faixa etária, pois as crianças vão evoluindo a audição com o tempo. Com a definição das cores também é assim. Conforme vai crescendo, a criança começa a entender que uma cor parece com outra ou que são distintas.
Materiais:
Os materiais são selecionados de acordo com a estrutura e a intenção da peça, mas, acima de tudo, precisam ser super resistentes, seguros e não tóxicos. Se o brinquedo pode ser mordido para ajudar na dentição, por exemplo, ele deve ter material emborrachado. As idades podem ser levadas em conta também nestes casos, pois as crianças menores são mais sensíveis, mas tudo é uma questão de análise do produto como um todo em relação à criança e a sua usabilidade. “Analisamos como eles podem ser aplicados com segurança e melhor funcionamento. Muitos tipos de materiais diferentes são envolvidos nos brinquedos. Os testes e prototipagem também nos ajudam a definir o que vai ser mais adequado”, detalha a diretora da Calesita Brinquedos.
Prototipação e testes:
Nesta etapa o projeto parte para o desenvolvimento 3D com a engenharia de projetos, que analisa minunciosamente como o brinquedo pode ser produzido, como a ideia vai se materializar. Enquanto isso, marketing, embalagem, vendas e diretoria já trabalham a comunicação e custos de todo o processo. No início, o protótipo é feito de forma mais rústica. Com papel mesmo é possível analisar as formas de brincar, as atitudes e assim vão surgindo novas ideias de como melhorar o produto, até chegar ao resultado final. Quando o modelo é realmente aprovado e passa para a fase de construção ele é novamente testado. Esses testes são feitos de acordo com as particularidades do brinquedo, com crianças ou até mesmo com adultos, se for o caso. São analisadas quaisquer imperfeições estéticas e também quesitos de encaixes de peças, montagem, funcionalidade e segurança. Tudo é testado.
Finalização:
A próxima fase é a finalização do projeto, pois ainda não existe realmente um produto, ainda é um protótipo. Só se torna um produto depois de certificado pelos órgãos de segurança responsáveis. Caso seja reprovado, o brinquedo retorna para análise até que esteja perfeito. Depois da aprovação, inicia-se a produção, onde cada setor aplica rigorosamente seu processo: injeção, montagem, embalagem, armazenamento, distribuição e vendas. “O nosso processo só finaliza com o sorriso da criança quando recebe o brinquedo e em cada brincadeira que ela possa inventar utilizando o nosso produto como meio”, conclui.
Por –Oficina das Palavras:
Letícia Oberger