A neuropediatra Mariana Krueger fala abaixo sobre uma doença que pouco se sabe, mas muito comum na atualidade: o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Saiba mais:
É comum a procura ao atendimento ao neurologista infantil com a queixa que a criança é inquieta e que apresentam dificuldade de manter a atenção por muito tempo, sendo muito vezes tabulada como uma criança que vive no mundo da lua.
Geralmente estes pacientes apresentam problemas em sua vida acadêmica, assim como problemas na vida social. Importante ressaltar, que na maioria dos casos, existem outros problemas associados, como ansiedade e depressão.
Estes pacientes devem ser avaliados quanto a possibilidade de transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O TDAH é uma doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e seu diagnóstico deve ser feito por um médico habilitado, em auxilio com equipe multiprofissional, através dos critérios do DSM-V (Manual de Estatística e Diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatria – 2013), cuja lista de 18 sintomas, deve-se perfazer 6 sintomas de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade. Lembrando da necessidade dos mesmos estarem presentes a mais de 6 meses e antes dos 12 anos, ocorrer comprometimento em pelo menos duas áreas diferentes (casa e escola, por exemplo) e que os sintomas acarretem prejuízos na vida acadêmica/social/profissional.
As apresentações do transtorno podem ser com predomínio desatento, com predomínio de hiperatividade-impulsividade ou combinada.
O tratamento do TDAH é multimodal, sendo necessário uma equipe multiprofissional e total cooperação da família e escola. Envolve psicoterapia (principalmente quando houver outras doenças associadas, como transtorno de ansiedade), orientações à escola e família e medicamentos (estimulantes, anti-depressivos, entre outros). Muitas vezes, os transtornos são associados, aonde a pesquisa de transtornos da aprendizagem, ou mesmo transtornos de conduta e comportamento, é fundamental.
O TDAH pode remitir na vida adulta, mas quando não tratado adequadamente pode gerar consequências emocionais negativas, dificuldades acadêmicas, baixa auto-estima, risco de acidentes e abuso de drogas, sendo muito importante seu diagnóstico precoce, assim como seu manejo adequado.
Dra Mariana Krueger – Neuropediatra
CREMEC 17.288